Brinks, tô vivão!

Essa vida corrida de professor e nerd está me deixando afastado do blog, mas eu juro que nos próximos dias volto com tudo! Pode escrever aí!

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Natal: Uma história

Fim do ano é sempre uma época em que as pessoas ao redor do mundo se reúnem para comemorar. E quando eu digo sempre e ao redor do mundo, é exatamente isso que quero dizer.

Desde há 15 mil anos, os seres humanos têm uma relação muito especial com certa entidade que "mora no céu": o Sol.

Nós não somos bobos nem nada, e percebemos logo de cara que aquela estranha bola brilhante era responsável pela existência de muita coisa que a gente precisa pra sobreviver — luz, calor, comida... — e, por isso mesmo, sempre fizemos nossa vida em torno dele (Ei! Coinciência?)

Quando resolvemos começar a pensar sobre o tempo, o Sol e tudo o que estava ao redor dele serviram de guias para a nossa jornada: Lua, estrelas, constelações e até aqueles estranhos brilhos fraquinhos que pareciam não se comportar como o resto do céu e que, por isso, batizamos de planetas — que, em grego, significa errante.

Até o pensamento místico foi guiado por esse astro: Dionísio, Átis, Krishna, Mitra, Hórus, Zoroastro e tantos outros deuses de tantas religiões teimam em nascer nessa mesma época do ano. Isso acontece porque é exatamente quando, no hemisfério norte, os dias do inverno param de diminuir, ficam quase iguais por três dias e, então, começam a crescer na direção da primavera. É uma época de comemoração, porque dias mais longos significam colheitas maiores, mais animais em atividade e maior tempo para coleta e outras tarefas. É o que a gente chama de solstício de inverno.

Foi das inúmeras comemorações pagãs desse evento que o catolicismo bebeu para criar suas tradições e convencionar a data de nascimento de seu próprio messias: só na Idade Média a Igreja resolveu fazer um concílio pra uniformizar as comemorações do nascimento de Jesus, que em cada lugar aconteciam em uma data diferente. Isso foi estabelecido pelo calendário Juliano, não pelo Gregoriano que a gente utiliza (o que significa que o Natal passou muito tempo sendo comemorado no dia 4 de janeiro); dar presentes na época era um costume romano, trazer pinheiros pra dentro de casa, era do druidismo. Até a estrela que conduziu os reis magos (que nunca são citados na Bíblia como sendo três, isso saiu da Cabala) saiu do Zoroastrismo. Entre muitas e muitas outras coisas.

O que eu quero dizer com isso tudo é que não importa se você tem uma religião ou só acredita em fatos: no final do ano, todos estamos comemorando por termos conseguido sobreviver, juntos, a épocas ruins. E esse é o verdadeiro significado do Natal.


Pra terminar, deixo você com a mais tocante canção natalina que eu conheço, escrita por um comediante ateu. Senhoras e senhores, com vocês, Tim Minchin!

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A Língua do Aluno

Não adianta ficar usando termos acadêmicos e papo enrolado — vamos aprender a ensinar com o Acerola! ;)

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"Porque sim" não é resposta!

Para quem acompanha meu trabalho, pode ser um choque saber que eu não dou apoio à ideia de que aprender pode ser divertido.

Não. Eu sou um pouco mais radical nesse aspecto: para mim, não existe aprendizado sem diversão.

E essa é uma ideia muito simples de se entender.

As coisas que a gente aprende porque é obrigado ficam muito menos tempo gravadas na nossa cabeça que aquelas que a gente sente prazer em aprender.

É por isso que aquele aluno que não consegue decorar as fórmulas de física sabe de cor a escalação da Seleção pra Copa de 94, por exemplo.

Não precisa ser nenhum gênio, nem fazer Pedagogia, pra perceber a solução aqui: é só vestir as coisas que o aluno precisa saber com coisas que ele gosta de saber.

Se eu disser que mitrocôndria é um organismo de origem extracelular que passou a ter uma relação simbiótica com a célula que a cerca, é capaz de você ter esquecido quando chegar ao final da frase.

Mas quando você aprende que o Venom é um organismo de origem extraterrestre que passou a ter uma relação simbiótica com o Peter Parker, você não esquece mais.

Então por que não juntar as duas coisas?

A função de um professor é passar conhecimentos ao aluno, não fazer ele decorar a matéria pra uma prova e depois esquecer, pro resto da vida. Se isso acontece, o professor fez seu trabalho muito mal.

Pode parecer estranho para um adulto ver uma aula ou prova com elementos midiáticos que não fazem parte do "mundo da educação" (argh!), mas é exatamente indo atrás dos interesses dos alunos que o professor, bem, interessa ele na matéria.

Eu cresci assistindo programas como O Mundo de Beakman, Glub Glub, Castelo Rá-tim-bum e X-Tudo, que praticamente me enganaram para que eu aprendesse!

E, quer saber? Deu muito certo.

Não é à toa que eu peguei tanto gosto por aprender que resolvi ensinar.

O título desse post saiu de Castelo Rá-tim-bum! ;)

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Se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima

Meu nome é Rodrigo, sou esse cara aí do lado. Nasci numa tarde quente de verão, no último dia 28 do ano, em um Rio de Janeiro cheio de ombreiras e pochetes, e cresci assistindo a uma televisão cheia de gatos, ratos, coiotes, pássaros e coelhos que tentavam matar uns aos outros.

Mais que isso: uma televisão cheia de cientistas loucos, castelos mágicos e agentes secretos que me mostraram que não existia nada mais divertido que aprender. E eu aprendi.

Aprendi que a evolução natural do amor pelo aprendizado é o amor por ensinar, e foi assim que decidi que queria ser professor, antes mesmo de saber do quê: troquei, sem que a mamãe soubesse, a primeira opção do Vestibular de Ciência da Computação para Licenciatura em Física. E não é que acabei passando?

A minha sorte é que isso também me ajudou a perceber que eu gostava muito mais de Letras que de números, e foi nisso que eu acabei me formando, pela UFRJ, na meiuca da primeira década do milênio.

Depois de um estágio caótico e um intercâmbio sabe-se lá pra onde, aterrissei com tudo no Raion, um curso especializado em alunos com dificuldades de aprendizagem ou socialização. Foi amor à primeira vista, parecíamos feitos um pro outro, logo de cara!

Graças ao projeto de ensino interdisciplinar diferenciado, pude lançar minhas teias pra todos os cantos e me divertir dando aulas de todos os assuntos que eu mais gosto, usando como justificativa, principalmente, a disciplina de Conhecimentos Gerais.

E é assim que chegamos nesse humilde site! Minhas provas e questões caíram na rede feito fotos da Scarlett Johansson pelada e, depois de tantos pedidos e carícias ao ego, resolvi criar esse hotsite pra documentar minhas experiências em sala de aula, avaliações e projetos.

O preceito é formar uma base de dados e ideias, que eu vou poder compartilhar com vocês e usar em futuras aulas.

No menu abaixo você encontra seções que buscam esclarecer um pouco minhas ideias e visões, bem como responder algumas perguntas que recebo com frequência, quando uma de minhas avaliações "cai na boca do povo".

Esse site reflete um pouco a minha atitude frente a alguns projetos que desenvolvo com meus alunos: vou dar o pontapé inicial e, se correrem atrás da bola, o jogo continua!

Por último, queria agradecer a todo o carinho e incentivo que venho recebendo, de tanta gente desconhecida de todas as partes do globo: se eu continuo motivado a ganhar pouco, os culpados são vocês! ;)

Ah! E o título desse post saiu do Poema de Sete Faces, de Carlos Drummond de Andrade! ;)

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